quinta-feira, 1 de março de 2012

Rebeldes da Síria confirmam 'retirada estratégica' de bairro atacado

Combatentes deixam Baba Amr após mais de 3 semanas de bombardeios.
Repressão aos protestos anti-Assad já matou mais de 7.500, diz ONU.



O chefe do Exército Sírio Livre (ESL), o coronel Riad Assaad, anunciou nesta quinta-feira (1º) uma retirada tática de seus combatentes d bairro rebelde de Baba Amr, em Homs (centro), depois de vários dias de combates para tentar conter uma ofensiva terrestre das forças do regime.

"O ESL se retira taticamente de Baba Amr para poupar a vida dos civis", declarou.

"Os soldados estão tentando distribuir comida para a população que foi bloqueada e retirar os feridos", afirmou, antes de acrescentar que o Exército também estava em busca de jornalistas franceses bloqueados, incluindo Edith Bouvier, que está ferida.

Paralelamente ao anúncio, uma fonte dos serviços de segurança em Damasco declarou que o Exército sírio assumiu o controle de todo o bairro rebelde de Baba Amr, em Homs, sitiado depois de 26 dias de artilharia e bombardeios.

"O Exército sírio controla a totalidade de Baba Amr, caíram todos os últimos focos de resistência", afirmou esta fonte.

"Os rebeldes ainda estão nos bairros de Hamadiyé e Khaldiyé (nordeste) e as operações continuarão para desalojá-los", acrescentou a fonte.

Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), 17 civis foram mortos nesta quinta-feira nos confrontos em Baba Amr.

Baba Amr é o principal bairro rebelde da cidade de Homs.

A Síria está em crise política desde março de 2011, quando o governo começou a reprimir violentamente protestos contra o presidente Bashar al Assad.

A ONU avalia que pelo menos 7.500 pessoas morreram desde o início dos confrontos.

Nesta quinta-feira, o Conselho de Direitos Humanos condenou a violência na Síria e pediu que trabalhadores humanitários tenham livre acesso ao país.
Bairro de Baba Amr, em Homs, sob ataque das forças do governo em 26 de feveiro; a imagem foi divulgada pela oposição (Foto: AFP)Bairro de Baba Amr, em Homs, sob ataque das forças do governo em 26 de feveiro; a imagem foi divulgada pela oposição (Foto: AFP)

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